Às vezes me bate essa vontade irrefutável de escrever. Escrever sobre o que me confunde, sobre o que me invade e não vai, escrever como uma forma de extravasar, porque, talvez, e só talvez, se eu escrever sobre minhas angústias elas se dissolvam... E é tão abestadamente complicado falar de amor... Amor não é algo que se explique facilmente: não se define por fórmulas ou modelos, palavras, imagens... a literatura tenta falar de amor, a música tenta falar de amor, a filosofia e a teologia tentam falar de amor...mas tudo não passa de tentativas, e sempre acabamos apenas tentando, tentando... Tentando consertar nossos erros, tentando ser melhores, tentando acertar a cor do esmalte para agradar, tentando escolher uma única peça de roupa que nos caia bem, pois queremos olhares surpresos e sorrisos satisfeitos... Queremos abraços sem fim, amor sem limites, apoio incondicional... Simplesmente, queremos uma história digna de ser contada. E as vezes, não é bem o que esperamos, às vezes nossas história se tornam longas divagações mal pontuadas: plenas de interrogações, na escassez dos pontos finais, que acabam por se tornar apenas virgulas ou reticências... e ficamos assim: sem saber se encerramos o livro ou deixamos o fim para o próximo capítulo. E o que é falar de amor? É tentar, inutilmente, transcrever o que se passa em nosso íntimo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário