segunda-feira, 4 de abril de 2011

Abandono

Preferia esboçar palavras mal ditas,
porém sei que me perguntarias,
como tenho a ousadia de aparecer-te
somente depois da tempestade ,
mas ao contrário do que pensas,
não tenho pretensões
de guardar novamente em meus bolsos
essa máquina pulsante
do teu peito.
Máquina...não, talvez não...
és mais complicada do que uma máquina
e mais humana também,
talvez isto a faça tão complicada.
Sei que se te dissesse,
que nada havia de verdade,
que nada fiz do que queria,
daria-me novamente a chave da tua cidade,
o segredo da tua essência...
Sei que veria,
por tuas pupilas,
esse lampejo esverdeado que é a esperança...
E dissiparíamos dos mundos, muitos mais...
Mas, de que me adianta,
se no final do dia, te poe a contradizer-te...
Não sabes mais se pedra é pedra
ou se pedra é pau...
Que faço então, Rosa decepada?
Deixar-te-ei no frívolo frescor da madrugada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário